quinta-feira, 31 de março de 2011


Bonde vermelho


Aperto as mãos no balaústre enquanto o bonde
De minha infância me faz viajar ao passado.
Sobre os trilhos o vagão segue barulhentamente
Janelas guilhotinas e porta que se desdobram
pachorrentamente em cada estação.
Descortino a paisagem das árvores verdejantes
E a frescura do ar que não provou poluição.
Do banco duro leio os reclames coloridos
De produtos quase em extinção...


O bairro mudou. Cresceu para cima e para os lados
Eu cresci, mas não para os lados...Graças a Deus!
Não existem mais bondes em minha história
A não ser em museus onde desfilam em exposição.
O bonde vermelho e o tilintar do sino afinado
Percorrem os caminhos que foram meus.
Seu estridente balouçar são parte da memória
E rodam nos trilhos antigos do meu coração.


-Helena Frontini-

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