quarta-feira, 8 de dezembro de 2010


Rasante


Os ouvidos apurados escutam o timbre fino
dos seres alados e fantásticos.
Chamam meu nome, aceito seus encantos
Tentando-me com seus contos de fadas.
Ouso me elevar, dispo a roupagem
Fascinada por seus chamados.


Os pés traem o desejo, limitam a vontade...
Fito os olhos no céu em aflição
À espera que me nasçam penas ou asas
Que me elevem do chão.


-Helena Frontini-

Segredos


Conta-me teu desejo, aquele que mora
nos redutos permitidos da imaginação.
Desvenda em meu colo de amante súplice
teu sonho reprimido e sem vazão.
Meu braço segurará tua cabeça amada
Minha boca selará nosso segredo cúmplice
Nascido da paixão que nos devora.


-Helena Frontini-


Estrela mãe


Brilha o sol detrás das nuvens como moeda luminosa
Vem tímido como se pedisse licença para entrar
Na casa que lhe pertence e à qual faz jus.


Sinta-se à vontade minha estrela quente e cariciosa
Sem tua presença a noite gelada iria se eternizar
Seríamos toupeiras cegas em busca de luz.


-Helena Frontini-

Ilusão


Tirastes de mim a flor rubra sem espinhos
Iludida por teu instante de paixão.

Há pétalas de rosas caidas pelo caminho
Vais distraido sem olhar para o chão.

Nem imaginas que a flor do meu carinho
Morreu despetalada por tua mão.


-Helena Frontini-