domingo, 12 de fevereiro de 2012



Entressafra


Minha poesia tem períodos de entressafra,
assim como as lavouras, aradas e colhidas
repousam à espera da nova plantação.
Um ciclo encerra-se, fecundo e abençoado
alimentando o afã que me devorava.
Outros virão, pois poeta tem fome abstrata
de arte, lirismo, imaginação...


Todo campo, incessantemente cultivado
com sementes iguais, degenera infecundo,
a terra gasta, clama preparo e diversificação.
Quando o grão é colhido se faz nutrição,
Depois há o saciar e o comedimento profundo...
A nova poesia germina no solo restaurado
gerada no húmus fértil da inspiração.


-Helena Frontini-

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