domingo, 13 de junho de 2010


Intimismo


Animais feridos recolhem-se à sua dor.
Guardam-se na toca em suspensão.
Assustados, ariscos, quedam em estupor
Esperando cura ou o desfecho final.


Há momentos em que sou bicho da cidade
Enjaulada à merce de olhares alheios
Sem um canto certo para deitar a desolação.
Espiam-me de forma generosa e abissal
Jogam-me migalhas de solidariedade...


Tudo o que desejo é ver-me livre de enleios
Lambendo minhas feridas em solidão.


-Helena Frontini-

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