quarta-feira, 24 de março de 2010
Um homem que chora...
Tenho os olhos secos, não sei chorar.
Meu pranto é prisioneiro incerto
Numa fortaleza falsa e cheia de medos.
Cresci ouvindo que homem não chora
É piegas, arma secreta de mulheres...
Tive perdas, mágoas, dores, saudades
E os olhos como areia do deserto.
Lágrimas retidas viram pedras na alma.
Um dia por um motivo banal, eu sei,
Tudo vai desabar dentro de mim.
Chorarei como todos os privilegiados
Que sabem amar, sofrer e extravasar.
Rios lavarão tudo o que nunca ousei
E a alma leve e limpa irá brilhar.
-Helena Frontini-
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