quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Novo mundo
Vem, dá-me a tua mão e vamos embora
Há um mundo todo novo à descobrir.
Deixe que os trilhos de destino nos levem
Ao desejo, que ambicionamos, os dois...
Não te detenhas no passado que deploras
Ou no presente que determina teu agir.
Nasceu o tempo dos sonhos que acontecem
A hora é agora!...Não antes, nem depois.
-Helena Frontini-
domingo, 12 de fevereiro de 2012
Entressafra
Minha poesia tem períodos de entressafra,
assim como as lavouras, aradas e colhidas
repousam à espera da nova plantação.
Um ciclo encerra-se, fecundo e abençoado
alimentando o afã que me devorava.
Outros virão, pois poeta tem fome abstrata
de arte, lirismo, imaginação...
Todo campo, incessantemente cultivado
com sementes iguais, degenera infecundo,
a terra gasta, clama preparo e diversificação.
Quando o grão é colhido se faz nutrição,
Depois há o saciar e o comedimento profundo...
A nova poesia germina no solo restaurado
gerada no húmus fértil da inspiração.
-Helena Frontini-
Sensações
O sono envolve meu corpo sem apelos.
A mente flutuando num espaço branco
Sonha em cornucópias aleatórias
Alumbrada, sem diretriz e sem medo.
Tua mão pesada repousa em meu flanco
Resvala, tesa como o teu desejo...
Desfaço-me daquela sensação imaginária
Para a real urgencia dos teus beijos.
-Helena Frontini-
O fá e a diva...
O assombro de mirar-te a primeira vez
grudou-se em minha retinas como tinta,
saida da palheta de um pintor enamorado.
Teu vulto esguio, a cabeça coroada de altivez
atirou-me um olhar alheio e desatento...
_Eu, mais um, na multidão ensandecida!
Fostes embora para teu reino cinematográfico
acompanhada de fãs e arautos vigilantes...
Rainha aprisionada à própria fama!
Adorei-te as espáduas, os cabelos a luzir
e uma lágrima brilhou ensimesmada.
Nunca mais estarei tão perto de ti, bela diva
e nunca saberás da paixão idolatrante
nem dos beijos, em tua foto, antes de dormir!
-Helena Frontini-
Pânico
Tudo me escapa e se arrasta em desvario
No medo que desenrola seu fino aguilhão.
Até mesmo o verso, ainda mero arremedo
Prende-se ao ventre sem ânimo de parir.
Minha poesia é vela gasta até o pavio
E o sentimento arde-me à flor da pele,
Arrepiando os pelos da inquietação.
O pânico regurgita seus eflúvios azedos
Num travo que jamais desejei sentir.
Mas, vem desembestado e me fere
No corpo, na alma e na inspiração.
-Helena Frontini-
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